Compartilhe »»
|
Tweet |
O delegado de
Cabaceiras, Eriberto Paulino, pediu a prisão preventiva do prefeito de São
Domingos do Cariri, José Ferreira da Silva (PMDB), e de mais cinco auxiliares,
por suposto esquema de fraude num leilão de veículos pertencentes à
administração municipal. Os acusados foram indiciados pelos crimes de peculato,
formação de quadrilha e crime contra a administração pública. No entanto, a
representação está em movimentação no Tribunal de Justiça da Paraíba, onde se
encontra o processo, depois que o juiz da comarca de Cabaceiras, André Ricardo
de Carvalho remeteu o inquérito ao TJ.
Além do prefeito
José Ferreira da Silva(FOTO), também foram indiciados a vice-prefeita Inara Marinho
Ferreira da Silva, o secretário Sebastião José das Neves, a tesoureira da
prefeitura Nauba Lígia Pereira de Andrade, o secretário Jailson José de Amorim,
além dos vereadores Sérgio Quintino, Antônio Maurício e Damião Pereira
O inquérito
originou-se a partir da denúncia do montador de móveis Nilton Gledson Brito
Silva, que também foi denunciado, apontado como ‘laranja’. Ele teria sido o
arrematante de cinco veículos do leilão promovido pela prefeitura de São
Domingos do Cariri. No entanto, ao levar os veículos ao Detran, a suposta
vítima tomou conhecimento que um dos veículos apresentava sinais de adulteração
no chassi, o que foi confirmado pelo Instituto de Polícia Científica.
No segundo
depoimento à autoridade policial, o montador de móveis revelou um esquema
fraudulento em relação ao leilão. Ele confessou que atuou como ‘testa de ferro’
do prefeito José Ferreira da Silva, sendo o único a oferecer a proposta e ter
apresentado a carta-proposta já pronta. “No depoimento de Nilton, ele revela
toda a orquestração. Outra coisa que percebemos foram os erros no edital que foi
publicado em um dos jornais de circulação estadual de forma minúscula, além das
regras que foram quebradas. Os carros teriam que ter sido pagos no momento do
arremate e foram pagos após 30 dias, através de depósito não identificado e
fracionado, bem como outras irregularidades,” atestou o delegado.
Conforme o
delegado, os cinco veículos foram arrematados por R$ 18.100, mesmo sendo
veículos seminovos, causando um prejuízo de mais de R$ 50 mil reais, haja vista
que os valores praticados foram defasados em relação à tabela FIP. “Uma outra
questão que nós apuramos é que não houve um projeto enviado à Câmara de
vereadores permitindo a realização do leilão. O que tomamos conhecimento foi de
um projeto verbal autorizando o leilão encaminhado pelo presidente da Câmara
que vem a ser filho do então prefeito,” observou o delegado, que disse que os
carros estão sendo negociados por pessoas ligadas à prefeitura de São Domingos.
No relatório, o
delegado frisa que “o prefeito José Ferreira e seus agentes administrativos,
além de Nilton Gledson também cometeram crimes contra administração pública,
ferindo a lei das licitações, bem como o código penal brasileiro, já que usaram
a máquina municipal para praticar ilegalidades, constituindo uma organização
criminosa”.
Defesa
De acordo com o
Prefeito José Ferreira da Silva os veículos não eram seminovos, ao contrário do
que o relatório atesta. Ele afirmou que o delegado não tem competência para
pedir sua prisão e que o inquérito já foi trancado no Tribunal de Justiça. “Eu
vendi cinco carros velhos e imprestáveis, com os motores batidos, sem pneus,
sem valor algum, e nem tínhamos mais onde colocar. Havia uma ambulância velha,
com mais de 12 anos de uso, a qual enviamos a uma oficina para revisão. Ao
voltar, não verificamos o chassi. Encaminhamos o veículo ao delegado da cidade,
para a Polícia Científica periciar o carro e recebemos um laudo confirmando que
estava tudo certo”, replicou o Prefeito.
Gestor de São
Domingos do Cariri pela quarta vez na história do Município, José Ferreira
alega que não houve nenhuma fraude no leilão, e nega que tenha usado Nilton
como laranja para o arremate. “Eu não participei disso. Esse negócio é muito
pequeno, e eu sou grande para ir atrás de um leilão de R$ 18 mil. O rapaz deu
um lance de R$ 18 mil e eu não tenho nada a ver com isso”, disse.
Segundo ele, os
carros foram vendidos por R$ 18,1 mil, e não houve problema algum. “Eu nem
estava presente no dia. Depois, esse delegado começou a pressionar o rapaz que
arrematou para tentar tirar alguma coisa. Eu tenho foro privilegiado, nem um
juiz de direito poderia me prender. Entrei com um pedido de Habbeas Corpus e
isso já morreu”, garantiu o acusado.
Ele ainda ressaltou
que o município está com R$ 3 milhões em caixa, e, de acordo com ele, é o
município mais bem equilibrado nas contas no Estado da Paraíba. “Este é o meu
quarto mandato. Tenho 11 contas aprovadas pelo TCE. Temos R$ 3 milhões em
caixa, não precisaríamos de R$ 18 mil. Não minto. Eu tenho uma história”,
finalizou.
(Por Valderedo Borba - Jornal Correio
da Paraíba)
Nenhum comentário:
Postar um comentário