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A renovação da direção da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura da Paraíba (Fetag-PB), que representa cerca de 210 Sindicatos de
Trabalhadores Rurais (STRs), com quase um milhão de agricultores associados,
acontece na próxima quinta-feira (29), na sede da entidade, em João Pessoa.
O adiamento da eleição e a criação de uma comissão para
acompanhar o processo eleitoral após acordo mediado pela Justiça do Trabalho
acirrou a disputa pelo comando da Federação, há quase 30 anos nas mãos de
Liberalino Lucena, o “Caboquinho”.
Pela primeira vez em anos, a chapa de oposição a Liberalino,
encabeçada, nestas eleições, por Nelson Anacleto, vereador de Lagoa Seca (PB) e
membro da direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) do mesmo
município, conta com o apoio maciço de entidades e movimentos sociais do campo.
Candidato à reeleição pela sétima vez, Caboquinho não poderá
votar na eleição por não ser dirigente sindical – exigência do Estatuto da
Fetag-PB. A relação de sindicalistas rurais aptos a votar no pleito foi
aprovada, na última sexta-feira (23), pela comissão que está coordenando o
processo eleitoral da Federação.
Para Anacleto, é preciso mudar a relação entre a Fetag-PB e os
STRs, que estariam abandonados pela atual direção da entidade, e estreitar os
laços entre os sindicatos e os movimentos sociais. “Há uma cultura de medo
entre os sindicalistas. Liberalino se julga acima do estatuto da Federação”,
diz o sindicalista.
Propostas
de Anacleto
Melhorar as instalações das sedes e informatizar os sistemas de
controle e gestão dos STRs é uma das prioridades da chapa encabeçada por Nelson
Anacleto.
A ideia é fornecer gratuitamente computadores, impressoras e
programas de computador para facilitar o gerenciamento do quadro social e da
contabilidade dos sindicatos, e ainda, para dar agilidade e segurança à gestão
dos serviços previdenciários.
Anacleto também vai descentralizar e fortalecer os serviços de
assessoria jurídica e contábil; reforçar o protagonismo dos trabalhadores
rurais assalariados na implementação e consolidação do Projeto Alternativo de
Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS); valorizar a agricultura
familiar, com atuação na luta pelo acesso à água, a sementes crioulas, à
recomposição dos rebanhos e ao fortalecimento do sistema de criação animal, à
redução do uso de agrotóxicos e à rearborização de áreas degradadas; ampliar o
acesso aos mercados, ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e ao
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); fortalecer a participação da
Federação e dos STRs nos espaços de elaboração, execução e controle das
políticas públicas; lutar pela regularização fundiária e pela desapropriação
dos latifúndios do estado; apoiar as políticas de assistência técnica,
habitação, infraestrutura e crédito rural e o acesso aos programas do governo
federal, especialmente, o Minha Casa, Minha Vida Rural; implementar ações de
convivência com o semiárido; fortalecer a Secretaria de Mulheres da Fetag;
resgatar o papel histórico dos agricultores na terceira idade; valorizar o
papel da juventude, considerando a necessidade da geração e oportunidade de
renda; lutar contra o fechamento das escolas do campo e por uma educação
contextualizada; cobrar dos governos a implantação de Programas de Segurança
Pública para o campo, com o policiamento rural.
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