Compartilhe »»
|
Tweet |
Ao contrário do que declarou o
secretário de estado da saúde da Paraíba, Waldson Souza, o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência – Samu 192 Regional Campina Grande encaminha para
o Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em média, apenas
27% dos pacientes atendidos pelas equipes do serviço. Em reportagem do
Fantástico (TV Globo), veiculada na noite deste domingo, 10, sobre a retenção
de macas das ambulâncias do Samu pelo Trauma, o gestor tentou justificar o
problema, acusando o serviço de encaminhar casos sem caráter de urgência para o
hospital do estado, provocando a superlotação dos leitos daquele
estabelecimento de saúde.
A coordenação do Samu esclareceu que a
fala do secretário estadual de saúde não condiz com os números do setor de
estatística do serviço. De acordo com o levantamento, 45% dos atendimentos do
Samu são resolvidos pelas equipes de socorristas no próprio local da ocorrência,
15% acabam sendo encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento – UPA, 27%
para o Trauma e os demais 13% para outros serviços de saúde da cidade.
Segundo a secretária de saúde de
Campina Grande, Lúcia Derks, todas as ocorrências do Samu são reguladas pelos
médicos plantonistas do serviço. “É um equívoco do secretário, até porque os
profissionais que atuam no Samu possuem qualificação para regular as
ocorrências, encaminhando para o Trauma apenas os casos que realmente devem ser
levados para o hospital”, garantiu.
A secretária municipal de saúde ainda
lamentou que o Governo do Estado tente atribuir ao Samu a responsabilidade pela
deficiência de leitos do Hospital de Trauma. “É lamentável que um gestor não
saiba reconhecer as deficiências dos serviços públicos que administra para
tentar superá-las. O Samu possui macas suficientes para realizar as ocorrências
com equipamentos reservas, inclusive, basta que o Trauma libere as macas em
tempo hábil para que não haja descontinuidade do serviço”, ressaltou.
Lúcia Derks destacou ainda que a
Prefeitura vem adotando medidas que visam contribuir para diminuir a
superlotação no Hospital de Emergência, como a destinação de 80 leitos de
clínica em ortopedia, 12 leitos de UTI e sala de cirurgia no Hospital Municipal
Pedro I para os pacientes egressos do Trauma. “Além disso, contratamos
cirurgiões bucomaxilo para a UPA, que realizam cirurgias mais complexas e
delicadas na boca, ossos da face e tecidos da cavidade oral. Estes
profissionais têm atendido principalmente as vítimas de acidentes de
motocicleta, contribuindo para desafogar o Trauma”, afirmou.
Incoerência – Em nota divulgada hoje
pela Secretaria de Comunicação sobre a retenção das macas do Samu, o Governo do
Estado tenta desviar o foco do problema, afirmando que a Prefeitura de Campina
Grande não estaria repassando recursos do SUS para o Hospital de Trauma. “É
mais uma inverdade do gestor estadual, que tenta confundir a opinião pública,
no lugar de buscar resolver o problema da falta de macas no Trauma, que é de
sua responsabilidade”, concluiu a secretária Lúcia Derks.
--
Nenhum comentário:
Postar um comentário