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Uma vacina contra dengue testada em humanos no Brasil e em outros quatro
países latino-americanos reduziu em 61% os casos comuns da doença, segundo
resultados divulgados pela farmacêutica francesa Sanofi Pasteur nesta
quarta-feira (3).
Isso quer dizer que, entre cem pessoas vacinadas, pelo menos 61 estariam
protegidas contra os quatro sorotipos de vírus da dengue existentes.
Embora não proteja totalmente contra a dengue, o resultado mostra que a
vacina é eficaz por estar alinhada à meta da OMS (Organização Mundial da Saúde)
de reduzir a mortalidade por dengue em 50% até 2020 e a morbidade pela doença
em 25% no mesmo período, afirma Sheila Homsani, gerente do departamento médico
da Sanofi Pasteur no Brasil.
A vacina da Sanofi foi testada em 20.875 crianças e adolescentes
saudáveis, com idades entre nove e 16 anos, na Colômbia, Honduras, México,
Porto Rico e Brasil --países que sofrem com epidemia de dengue.
No Brasil, 3.500 crianças e adolescentes de Campo Grande (MS), Vitória
(ES), Goiânia (GO), Natal (RN) e Fortaleza (CE) receberam a vacina por meio de
um convênio entre o laboratório e universidades locais.
Não há ainda vacina disponível e
licenciada no mundo para imunizar contra o vírus que causa a dengue. Antes do
teste na América Latina, a Sanofi testou a mesma vacina com mais de 10 mil
crianças na Ásia, onde foi apontada
redução de 56% nos casos de dengue clássica e de 88,5% de dengue hemorrágica,
versão mais grave da doença.
"Pela primeira vez na história, após 20 anos de pesquisa e
compromisso industrial, a dengue está prestes a se tornar uma doença evitável
pela vacinação", disse em nota Olivier Charmeil, presidente da Sanofi
Pasteur. "Os dados gerados a partir de nossa pesquisa abrangente e
programa clínico que envolve 40 mil crianças, adolescentes e adultos de 15
países, será apresentado às autoridades de saúde nos países onde a dengue é uma
prioridade de saúde pública", disse.
No Brasil
A vacina pode chegar ao Brasil em 2015, segundo a Sanofi.
Como chegou ao estágio final de testes, o laboratório deve entregar um dossiê à
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) até o começo de 2015 para
análise e, possivelmente, liberação do uso da vacina.
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