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Audiência pública promovida pela
Frente Parlamentar da Água da ALPB reuniu 32 prefeitos, de várias regiões do
Estado. Os depoimentos evidenciaram a gravidade dos problemas
Os relatos, feitos na manhã desta sexta-feira (22), pelos prefeitos dos
municípios paraibanos que estão enfrentando situações de emergência, colapso ou
racionamento por causa da falta de água, evidenciaram a gravidade do problema
que atinge, pelo menos, 170 municípios da Paraíba, dos quais 48 estão
absolutamente sem água. A situação em algumas cidades é de calamidade. Noutras, nem os carros-pipa estão suprindo as
necessidades básicas do consumo humano. Em todas, a necessidade de atendimento
é urgente, a ausência de acolhimento por parte das autoridades competentes é
uma realidade e o sentimento de solidão dos prefeitos no enfrentamento do
problema é unanimidade.
O objetivo da audiência promovida pela Frente Parlamentar da Água da ALPB era o de
dar oportunidade dos gestores públicos exporem suas aflições e problemas diante
da falta de água em suas cidades. Mas, a audiência foi mais além. “Esse
momento, creio eu, reacendeu a esperança dos prefeitos de que agora, com a
atuação da Frente, de mãos dadas com a FAMUP, com a bancada federal paraibana,
a luta se fortalecerá e que é preciso a união de todos, independente de
bandeiras partidárias, para que a pressão política para a solução imediata dos
problemas emergenciais seja forte, efetiva e eficaz”, argumenta o deputado
Jeová Campos (PSB), presidente da Frente.
A Prefeita de Monte Horebe, Cláudia Dias, disse que a cidade, cuja
população é de 4.748 habitantes, está enfrentando o terceiro colapso no
abastecimento, que desde 2012 há racionamento no município que só permite ter
água 2 horas por dia, que a água dos carros-pipa do Exército não supre a
necessidade e que a prefeitura precisa desembolsar R$ 20 mil/mês para
complementar a oferta de água na zona rural. “Mesmo assim a cota é de 20
litros/dia por pessoa e a pessoa tem que escolher cozinhar de dia, e não
cozinhar à noite por falta de água, o volume não dá nem para as necessidades
básicas do ser humano”, afirma ela.
Idêntica situação vive o município Carrapateiras. O prefeito André
Pedrosa apela para que os governos se sensibilizem com a situação e ajudem às
prefeituras, de forma mais efetiva. “Nós não temos mais condições de atender a
população socinhos”, disse ele. Em Princesa Isabel a situação se repete. Com 18
mil habitantes só tem água abastecida por carros-pipa, a exemplo de Puxinanã e
Queimadas. Está última cidade, está desembolsando R$ 150 mil/mês, de recursos
próprios para suprir o consumo mínimo da população. Sem ajuda do governo do
estado desde 2013, o prefeito Jacó Maciel diz que a ajuda do Exército com
carros-pipa só abastece 54, das 3.500 cisternas existentes no município. “A
situação é de calamidade. Não há outro termo para definir essa realidade”,
desabafa o prefeito de Queimadas.
A zona rural da cidade de Dona Inês não tem abastecimento de água há
quatro anos e há dois anos, a Cagepa suspendeu o fornecimento de água da cidade
que é abastecida, exclusivamente, por carros-pipa que pegam água na cidade de
Brejinho, no vizinho estado do Rio Grande do Norte, com um custo de R$ 350,00
por carrada. São três carros-pipa por dia. O prefeito, Antônio Justino,
reclamou da falta de apoio dos governos estadual e federal no enfretamento do
problema. “Os prefeitos estão só, sendo pressionados pela população e sem ter
como resolver o problema sozinho, atendendo só o emergencial”, desabafou ele. O
representante de Triunfo também fez o seu relato, destacando que a cidade não
tem água da Cagepa há três anos.
O prefeito de Solânea, Sebastião Alberto da Cruz, também está garantindo
o abastecimento mínimo da população com seis carros-pipa. O volume
disponibilizado pelo Exército na zona rural também não atende as necessidades da população e a prefeitura precisa complementar com recursos próprios.
A cidade de Esperança, com 32 mil habitantes, não tem uma gota de água. Quatro
carros-pipa vão atendendo a população de forma precária. O prefeito Anderson
Monteiro lembra que o problema se arrasta há muito tempo sem que os governos
realizem obras que assegure segurança hídrica. “Há 12 anos meu pai foi prefeito
e já reclamava dessa situação”, disse ele.
“Os relatos, falam por si só. Mostram o quanto é grave a situação e
evidenciam a urgência na busca por soluções”, destaca Jeová Campos que, durante
a audiência convidou os prefeitos para junto com os deputados que integram a
Frente Parlamentar da Água, definir uma agenda em Brasília, na próxima semana,
que incluirá passagem pelo Ministério da Integração e uma reunião com a bancada
federal da Paraíba. A reunião com a bancada deve acontecer na quarta-feira
(27), e a ida ao Ministério, no dia seguinte (28). Nesta sexta-feira (22), à
tarde, uma comitiva de prefeitos se reúne, na Granja, com o governador Ricardo
Coutinho, graças a uma articulação da Frente Parlamentar da Água.
WSCOM Online
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